quinta-feira, dezembro 20, 2007

DIA DE NATAL

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros. coitadinhos. nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.
De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.
Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra. louvado seja o Senhor!. o que nunca tinha pensado comprado.
Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.
Ah!!!!!!!!!!
Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.
Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.
Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.
Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.

- António Gedeão -

segunda-feira, dezembro 17, 2007

50º Natal



Após 50 anos de grande prémio de natal, em 2007 fez-se a revolução e passou a existir uma prova nova de 10 Km certificados e com grande visibilidade. Uma marca desportiva, mais propriamente a SportZone , o que deu logo muito mais visibilidade a esta prova muitas vezes esquecida nos confins de Dezembro, e esta distância é muito democrática e tem bastante adesão popular.
Com alguns ingredientes excitantes para o corredor de pelotão, tais como o dorsal com o nome, e o tapete de chip à partida, esta prova teve tudo para ser um sucesso com mais de 1000 participantes.
Quanto a mim, correu muito bem, confirmando o crescendo de forma que tenho vindo a registar. Ainda não tenho o tempo liquido mas o real deu 44m11s e devo tirar daqui perto de 30 segundos, pois eu estava bem lá atrás na partida, a prova correu bem, fui quase sempre no mesmo pelotão durante a prova desde a 2ª circular e nem me apeteceu acelerar muito na descida vertiginosa do Saldanha para os Restauradores.
No final tínhamos um magnum à espera e uma embalagem de mostarda e um frasco de maionese… para o regime desportivo.

Abraços,

segunda-feira, dezembro 10, 2007

um curioso número...

samora correia, terra de campinos, uma prova de 15km em que basicamente confirmei a marca da meia da semana passada.
a prova não é nada de especial, duas passagens pela partida nunca se saindo da vila, o público hoje também não estava caloroso, tem a vantagem de ser completamente plana.
quanto a mim, fiz 1h9m e senti-me bem toda a prova, continuo a correr sem qualquer aparelho de medida, a vantagem é fazer a prova ao "sabor" do corpo e a desvantagem é às vezes seguir em grupos que estão a ir rápidos demais o que faz com que me desgaste mais, senti também alguma dificuldade para abrandar o ritmo, logo aos 5 km quando encontrei um pequeno pelotão que seguia a bom ritmo, mas eu como estava com "pica" resolvi seguir em frente e na recta da meta ainda fui ultrapassado por muitos representantes desse grupo.

para a semana é downhill até aos restauradores...

abraços

sexta-feira, dezembro 07, 2007

quarta-feira, dezembro 05, 2007

afinal como é?

há coisas que são mesmo chatas, está aqui uma...

mesmo assim portei-me bem!

abraços

terça-feira, dezembro 04, 2007

Km 19

durante a prova deste domingo, algumas "discos" ainda estavam a bombar na zona de santos, quando passo pelo km 19 vejo algo semelhante ao que está na foto (sem chicote...), e aconteceu o seguinte diálogo com um companheiro de prova:

eu - "já viu aquilo?"
ele - "que granda vaca!"
eu - "olhe que é mais boi..."
ele - "e pois é! f....! granda boi"


:D


segunda-feira, dezembro 03, 2007


assim dá moral!
meia maratona Lisboa

grande dia, sem calor, uma brisa a ajudar e muitos participantes.

não tinha planeamento para o dia de hoje, apenas correr ao sabor da vontade e mais uma vez sem crono/gps.

nas provas que fiz desde setembro, tinha sentido que não sabia em que nivel estava e "rebentava" no último terço... desta vez estava com esse receio mas o depósito deu para aumentar o ritmo no final.
aos 10k perguntei a quanto tinhamos à minha lebre do clube stress e ele disse 46m, pensei: "sinto-me bem, vou puxar mais um pouco pelas pernas" passamos aos 13k em 1h e fui-me sentindo sempre muito bem, quando passo aos 19k pergunto o tempo a uns companheiros de pelotão que dizem 1h28... eu pensei: "porra! será verdade?" nem o carlos que estava a tirar fotos no cais sodré, estava à espera de mim tão cedo...
1h37m e picos é menos 8 minutos que na nazaré, sem treinar especificamente apenas 4 corridas por semana a rolar 45 a 50 minutos, é sinal que isto está a começar a a afinar...
estou feliz...
abraços